Toda modalidade precisa de um ídolo, um representante, alguém que por seu talento a eleve e a torne mais íntima aos demais. São esses magníficos atletas que fazem do esporte algo prazeroso de se praticar, assistir e tornam-o parte do cotidiano de uma comunidade, uma nação. Com o Tênis de Mesa não é diferente e o patriarca da modalidade tem nome, chama-se Cláudio Kano.
O inesquecível Cláudio conquistou ao longo da carreira 12 medalhas em Jogos Panamericanos, recorde superado somente após seu falecimento por Hugo Hoyama, amigo dentro e fora das mesas, possuidor de 13 medalhas, e pelo atleta da natação Gustavo Borges, com 17. Kano detém também o terceiro maior número de medalhas de ouro, sete ao todo, duas a menos que Hoyama e uma a menos que Gustavo.
O atleta poderia ter ido muito mais longe, estava no auge da carreira, mas tragicamente morreu um dia antes de embarcar para a Jogos Olímpicos de Atlanta, em um acidente de moto na cidade de São Paulo.
Seu maior incentivador e amigo, Minoru Kano, seu pai, concedeu a CBTM uma entrevista onde conta um pouco da história de Cláudio Kano e como continuou sua jornada sem o filho.
CBTM - Depois do acidente de Kano o senhor retomou o contato com o Tênis de Mesa? E o que mudou na sua vida?
CBTM - Depois do acidente de Kano o senhor retomou o contato com o Tênis de Mesa? E o que mudou na sua vida?
MINORU KANO - Tenho acompanho sim, na verdade nunca deixei de acompanhar, mas apenas jogos aqui em São Paulo mesmo. Inclusive a minha esposa joga Tênis de Mesa até hoje pela Federação Paulista. Parou agora por conta de uma operação no ombro, mas vai voltar a jogar. Com relação ao que mudou, (ah!), sem dúvida mudou muito, eu e o Cláudio, além de tudo, trabalhávamos juntos. Ele era meu grande amigo e parceiro dentro e fora de quadra. Nós tínhamos uma empresa de importação de raquetes e bolinhas, fora isso, eu acompanha ele em torneios e nas viagens em geral .
CBTM - O senhor acredita que assim como Hugo Hoyama, Cláudio estaria jogando atualmente?
MINORU KANU - Sem dúvida! O Cláudio estaria jogando na Seleção Brasileira de Tênis de Mesa até hoje, o Hugo está né...(risos). Ele treinou muito, foram quatro anos seguidos na Suécia, o campeão mundial daquela época era de lá, acho que o Cláudio ficou lá de 1987 a 1991 .
CBTM - Como o senhor vê o momento atual do Tênis de Mesa brasileiro?
MINORU KANU - Acho que os tempos mudaram, pra te falar a verdade não acompanho mais os jogos internacionais, acho que hoje mudou muita coisa. Hoje a turma não treina, naquele tempo era treino todos os dias e agora os atletas só vão para o exterior para ganhar dinheiro, o Cládio sim ia pra treinar .
CBTM - O que representa para o senhor ter o filho sempre citado e apontado pelos especialistas como o maior nome do Tênis de Mesa brasileiro de todos os tempos?
MINORU KANU - Fico feliz, ele foi mesmo o melhor! Ele era esforçado. Há seis anos atrás mais ou menos, uma atleta sueca comentou que o Cláudio foi o jogador mais empenhado que ela já viu na vida, até mais que os próprios suecos. Eu me recordo dele treinando lá em pleno inverno, um frio de matar. Espero que ele sirva de exemplo para os mais jovens .
FONTE: WWW.CBTM.ORG.BR
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